Banco brasileiro de medula óssea se destaca como o 3º maior do mundo

Você sabia? O Brasil se destaca mundialmente na doação de medula óssea.
O registro brasileiro de doadores voluntários de medula óssea (Redome) é um dos maiores exemplos de avanço na saúde pública do País.
Com cerca de 5,7 milhões de doadores cadastrados, o sistema ocupa a terceira posição mundial em número de voluntários, ficando atrás apenas dos bancos dos Estados Unidos e da Alemanha. Vinculado ao Ministério da Saúde e coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Redome é o maior banco exclusivamente financiado pelo setor público.
Como funciona o sistema
Criado em 1993, o Redome viabiliza transplantes de medula óssea entre pessoas sem parentesco, atendendo pacientes com doenças como leucemias e linfomas. O processo começa com a busca de um doador compatível entre familiares, mas quando essa compatibilidade não é encontrada, o banco entra em ação.
A diversidade genética da população brasileira faz com que o redome tenha um papel crucial, pois aumenta as chances de encontrar doadores compatíveis. Atualmente, 75% dos transplantes no Brasil utilizam células do Redome, enquanto cerca de 10 a 15% dependem de doadores internacionais.
Um registro que salva vidas
A compatibilidade é determinada por genes altamente variáveis, conhecidos como HLA, que controlam a resposta imunológica.
Com a ajuda da integração do Redome com bancos de outros países, brasileiros também têm acesso aos registros internacionais. Ao mesmo tempo, o banco nacional realiza uma grande contribuição, enviando células de doadores brasileiros para pacientes em outros lugares.
Avanços e desafios
O crescimento do Redome nas últimas décadas é notável. Em 2023, foram realizados 366 transplantes com base no sistema, que atualmente apresenta uma taxa de compatibilidade de quase 90%.
No entanto, o desafio continua: muitos doadores cadastrados não compreendem plenamente o compromisso necessário, manter os dados atualizados e responder rapidamente às convocações são atitudes fundamentais para garantir o sucesso do programa.
Como é feita a doação de medula óssea
Existem dois métodos principais de coleta: a aférese, menos invasiva, e a punção, que exige anestesia e retirada de material da bacia.
Ambos os procedimentos são seguros, mas ainda enfrentam resistência devido à desinformação. É comum, por exemplo, a confusão entre medula óssea e medula espinhal, o que gera receio entre os doadores.
A criação do Redome foi motivada pela necessidade de atender à diversidade genética brasileira, tornando possível encontrar doadores para pacientes de diferentes origens étnicas. Hoje, o sistema é referência na América Latina, superando estruturas de outros países da região e ampliando o acesso ao tratamento para doenças graves.
Com o apoio contínuo da sociedade e iniciativas de conscientização, o Redome segue salvando vidas e reafirmando o potencial da saúde pública brasileira.
Como ser um doador
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao Hemocentro mais próximo da sua cidade, realizar um cadastro no REDOME e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.
Clique aqui e veja a lista de Hemocentros.
O que é necessário:
- Ter entre 18 e 35 anos de idade (o doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade).
- Um documento de identificação oficial com foto.
- Estar em bom estado geral de saúde.
- Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea. Clique e veja a lista
Créditos: matéria elaborada com informações divulgadas nos sites www.redome.inca.gov.br, www.dw.com, www.ameo.org.br e www.dkms.org.