TSE ordena retotalização dos votos de 2022: cadeiras estaduais e federais podem mudar no ES

2026 já começou: a retotalização de votos muda o jogo antes mesmo da campanha
Nesta terça-feira (3 de junho de 2025), a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, determinou que todos os Tribunais Regionais Eleitorais procedam à retotalização dos votos proporcionais da eleição de 2022 – tanto para deputados federais quanto estaduais. A medida atende a decisão do STF sobre a distribuição de sobras eleitorais.
O que isso significa para o Espírito Santo?
- Deputados estaduais em xeque
No ES, TRE-ES já havia recontado votos do primeiro turno em dezembro de 2024 devido a irregularidades na aplicação da cota de gênero tre-es.jus.br. Agora, uma nova retotalização com base nas sobras eleitorais pode colocar novos nomes em jogo, possivelmente substituindo até três deputados. Circulam nomes, como o de Gilsinho Lopes (PTB), Carlos Von (DC) e Davi Esmael (Republicanos), que podem vir a assumir cargos. - Mudança na bancada capixaba na Câmara Federal
Para deputados federais, o TSE indica que até sete cadeiras podem mudar em todo o país – inclusive no pará e Tocantins. No Espírito Santo, a Raiz da mudança ainda depende de cálculos do TRE-ES e posterior análise da Câmara. A retotalização deve ser concluída em até cinco dias, segundo determinação legal conforme noticiou o portal congressoemfoco.com.br.
Efeitos práticos e repercussões políticas
- Nova distribuição de sobras: O novo critério de cálculo pode inflar o quociente partidário, favorecendo partidos que ficaram próximo da suplência.
- Mudança de comando regional: Com possíveis alterações na bancada federal, a representação do ES em Brasília pode ganhar novos atores, influenciando votações federais e liberação de emendas.
- Consequências subordinadas: Conforme já vimos na Ales-ES, quando ocorre mudança na Assembleia estadual (como no caso de Fábio Duarte em dezembro/2024), há repercussões nos legislativos municipais, como em Vila Velha, onde vereadores e suplentes foram afetados.
O que observar daqui para frente?
Assunto | O que olhar |
---|---|
Resultados da retotalização | TRE-ES tem prazo de até 8 de junho |
Indicação de novos deputados | Partidos e suplentes já se organizam para assumir |
Impacto nos alinhamentos políticos | Bancada federal capixaba poderá alterar apoio ao Planalto/Governo |
Desdobramentos no Legislativo municipal | Câmara de Vitória e Vila Velha podem sentir o efeito cascata |
Coluna NEM – nem isento, nem imparcial
2026 já começou: a retotalização de votos muda o jogo antes mesmo da campanha
A decisão do TSE de retotalizar os votos proporcionais de 2022 não é apenas um ajuste técnico. É, na prática, o primeiro grande movimento do xadrez eleitoral de 2026. No Espírito Santo, essa recontagem deve reposicionar nomes na Assembleia Legislativa e, potencialmente, na bancada federal capixaba. Ou seja, muda quem joga, com quais cartas, e com qual força.
Para os partidos, trata-se de uma antecipação do que será o cenário eleitoral: quem entra agora, disputa com vantagem em 2026. É o caso de suplentes como Gilsinho Lopes (PTB) e Carlos Von (DC), que podem assumir mandatos e usar a visibilidade para construir uma base sólida. Por outro lado, parlamentares que saírem do cargo agora, por decisão judicial, terão o desafio de se manter politicamente vivos — sem mandato, sem emendas, sem holofote.
Mais que isso: a retotalização joga luz sobre um problema estrutural da política brasileira — a instabilidade das regras do jogo. A eleição acabou há quase dois anos, mas os resultados seguem sendo reavaliados. Como convencer o eleitor de que seu voto é respeitado, se os eleitos mudam por critérios que poucos entendem?
O impacto em 2026 será direto:
- Reconfiguração das alianças;
- Reposicionamento de partidos médios que ganham cadeiras inesperadas;
- E uma disputa acirrada pelo protagonismo no Estado, com novos nomes querendo mostrar serviço para se viabilizarem.
No fundo, essa retotalização é um lembrete: quem tem mandato hoje pode não ter amanhã e quem estava fora, pode chegar com tudo em 2026. A política capixaba está em fluxo, e o eleitor terá que redobrar a atenção.